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Sei como é bom adormecer alguém! Deixar que a nossa voz presente, embale suavemente os ouvidos que nos devolvem um respirar mais profundo e repousante, as mãos ausentes passeantes pelo cabelo que sabemos sempre esticado e perfeito, pousado numa das nove ou sete almofadas estendidas pela cama.
Ao reler "Pedro, Lembrando Inês" do Miguel Júdice, encontrei o poema "Acordar" e as palavras que me lembraram a voz que adormecia.
"Um dia, quando começa, parece igual aos
outros. A mesma luz que entra pela janela,
ruídos de obras e automóveis, vozes... Mas
o que nesse dia me falta é outra coisa: a tua
voz, a surpresa de cada instante que me dás,
uma luz diferente que não vem de fora, da
mesma rua e do mesmo céu, mas de dentro
de ti. Assim, o que faz a mudança do mundo
e das coisas não é o mundo nem as coisas:
somos nós, e a relação que nos prende um ao
outro - isso que, não sendo nada de fora
de nós, é tudo o que temos na vida. "
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Estou curioso com este espaço. Coloquei-o "em observação" lá na minha toca. Felicidades.
ResponderEliminarnós
ResponderEliminarque
nos
[des]
atam
*abraço*