"... faltam-me as vísceras de fora quando as palavras se deixam antever. " in Memórias Internadas

20.3.11

há vidas que assustam

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há vidas que assustam
sonhar, mas questionar no sonho
duvidar, ter medo e caminhar
em tempo quase sem existência
ter terra nos pés e nas mãos
cores que cheiram, tocam, sentem
palavras que podem azedar
no fogo que a vida põem no sangue
doar sem rezar
respirar de peito aberto às aves
que  alimentam em águas agitadas
e aconchegam de asas abertas
quando descobrem conchas
e algas prateadas nas nascentes de luz

não ser nada que não se seja
ser quando se encontra
quando precisam de encontrar para ser, estar
e vestir-me quando imaginam procurar


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2 comentários:

  1. poesia plena de imagens e sinestesias com tonalidades oníricas. texto muito belo. foi um grande prazer para mim conhecer teu espaço.

    abraço!

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  2. Obrigado, Celso! É um prazer dar-te um abraço.
    Você é que é o poeta, eu simples aprendiz

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