.
SOLIDÃO
O rapazinho do campo receia ficar só,
Guarda, junto ao travesseiro, um grilo que lhe conforta o sono.
Ao envelhecer, exausto pelo árduo trabalho citadino,
Compra um relógio de ponteiros luminosos que o acompanha na
noite.
Quando jovem, sentia enorme inveja
do grilo que habitava a erva viçosa no cemitério.
Agora, bafejado pela morte há três horas, jaz inerte;
O seu relógio não pára de contar o tempo.
PIEN CHIH LIN - China
Trad. ARMANDA RODRIGUES
ROSA DO MUNDO - 2001 POEMAS PARA O FUTURO
.
Pelo menos agora terá de novo o grilo a cantar na almofada...
ResponderEliminar