"... faltam-me as vísceras de fora quando as palavras se deixam antever. " in Memórias Internadas

10.3.11

ROSA[S] DO MUNDO

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SOLIDÃO


O rapazinho do campo receia ficar só,
Guarda, junto ao travesseiro, um grilo que lhe conforta o sono.
Ao envelhecer, exausto pelo árduo trabalho citadino,
Compra um relógio de ponteiros luminosos que o acompanha na
              noite.


Quando jovem, sentia enorme inveja
do grilo que habitava a erva viçosa no cemitério.
Agora, bafejado pela morte há três horas, jaz inerte;
O seu relógio não pára de contar o tempo.




PIEN CHIH LIN - China
Trad. ARMANDA RODRIGUES
ROSA DO MUNDO - 2001 POEMAS PARA O FUTURO


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