"... faltam-me as vísceras de fora quando as palavras se deixam antever. " in Memórias Internadas

2.5.09

Mãe da minha filha

Não me lembro de te dizer que quando o resultado dos nossos corpos não chegava, ficava mal por ti. Não te mostrei a alegria e o medo transbordantes, quando me mostras-te o teste azul e branco, que deve estar no porta jóias com motivos marinhos.
Lembro-me de uma foto, que deve estar na terceira ou quarta gaveta do móvel de entrada, em tua casa, feita por nós no bar da Fundación Pilar y Joan Míro. Em fundo um painel em azulejos grandes, iconograficamente mirosiano, muito bonito. Estas sentada a uma mesa, top preto, calças verde-azeitona e nos pés uns chinelos. O teu olhar pousa enternecido na Francisca, que rodopia no meio do bar feliz de liberdade. Estão lindas!
Nunca te disse, teres-me feito pai não pode ser rasurado de mim, por mais volta e revolta que as nossas vidas sofram !

Obrigado, mãe da minha filha,
tem uma vida feliz!
Obrigado!

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