"... faltam-me as vísceras de fora quando as palavras se deixam antever. " in Memórias Internadas

14.4.13

QUATRO ANDAMENTOS PARA UM ALFABETO - ( 2005-2007 ) . Manuel Gusmão


O MUNDO QUANDO
NÃO ESTAMOS A OLHAR 
( g; - m;)


g;


A mão do poeta folheia a minha vida procurando

o sítio onde algo se passou, o sobressalto que ainda
hoje te mantém suspenso, indeciso sobre quem vive

na tua vida? Não eu esta mão guio; quem a guia então

se é ela quem me guia? Que podem os versos saber
desse sítio que o papel não chega para estancar.

O sítio retrai-se quando a mão se aproxima e contudo

é uma figura do medo que nele pulsa e se projecta
por cada vinco e dobra do teu corpo desconhecido.


O poeta troca de mão e insiste que o que procura

é o sítio onde por duas vezes olhaste a tua morte

e não era a mesma



MANUEL GUSMÃO

A Terceira Mão
CAMINHO  2007  .   poesia o campo da palavra

Sem comentários:

Enviar um comentário